Comércio de ouro
Até pelo menos o século XVI, o Sahel foi o maior produtor de ouro do mundo. Os depósitos eram abundantes em Bambuk e Buré, no vale dos rios Senegal e Níger, no oeste da África. A localização das minas foi mantida em rigoroso segredo pelos mineradores e os comerciantes que com eles tinham contato. A forma de extração do ouro é a mesma até hoje: “Passada as cheias, cavavam-se poços quadrados, de uns 75 cm de lado, que raramente iam abaixo dos vinte metros, sendo frequentes as perfurações de apenas dois metros de profundidade. À medida que os poços desciam, suas paredes iam sendo reforçadas com vigas de madeira (…). Cavavam túneis horizontais em várias direções e uniam assim os poços entre si.
Mandavam em cabaças o minério para a superfície e este era catado pelas mulheres, ao entardecer”. (Costa e Silva: 2006, p. 287) Nos centros comerciais, os mercadores deviam pagar um dinar em ouro (cerca de 4g) ao entrar em seus territórios, e dois, à saída. Todas as taxas eram pagas em ouro. O sal, produto valioso no comércio africano, também era trocado por ouro. O ouro de Bambuk e Buré enriqueceu Gana, o primeiro grande reino do Sahel que ficou conhecido como “o país do ouro”.

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